Recentemente, o primeiro-ministro Justin Trudeau promoveu reuniões com os governadores provinciais para discutir uma resposta unificada a essa postura de Trump. A abordagem até agora adotada, que se baseia em patrulhas móveis e pontes de controle nas principais vias, tem sido alvo de críticas de líderes provinciais. Eles argumentam que o governo de Ottawa falhou em priorizar a segurança limpa e, como resultado, a fronteira tornou-se uma rota vulnerável ao tráfico de imigração, drogas e armas. O primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, exemplificou essa insatisfação ao afirmar que a segurança das fronteiras deve ser uma prioridade para evitar impactos econômicos, numa clara referência ao risco de tarifas pela Casa Branca.
Os números são reveladores em relação ao aumento da imigração irregular; as detenções de imigrantes tentando cruzar do Canadá para os Estados Unidos dispararam de 27.180 em 2021 para impressionantes 198.929 em 2024 — um crescimento de quase 600%. A situação é agravada pela constatação de que o número de funcionários da Agência de Serviços de Fronteiras do Canadá não é suficiente para lidar com o tráfego intenso e a crescente criminalidade relacionada.
Além disso, as autoridades canadenses estão enfrentando um desafio extra, já que traficantes de drogas que operavam majoritariamente pela fronteira sul dos EUA estão migrando para o Canadá em busca de novas rotas. Enquanto isso, as apreensões de substâncias como fentanil permanecem em níveis significativamente mais baixos na fronteira canadense em comparação com a fronteira mexicana, refletindo um mercado ainda em desenvolvimento nessa região. Contudo, a necessidade de ações mais robustas e investimentos em segurança é clara, assim como a urgência em atender às novas exigências impostas pelo cenário político em Washington.
