Durante a sessão, deputadas e deputados, representantes do governo e da sociedade civil apresentaram estatísticas alarmantes sobre as agressões sofridas pelas mulheres e ressaltaram a necessidade de mudança desse cenário. A deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), autora de um dos requerimentos para a realização do evento, lamentou a ineficiência do Estado tanto na prevenção quanto no apoio às vítimas. Ela ressaltou que existem diferentes formas de desamor, desde a simples desatenção até a crueldade extrema.
Segundo uma pesquisa divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Datafolha, em 2022, 35 mulheres foram agredidas por minuto no Brasil. Laura Carneiro mencionou os diversos tipos de violência identificados na pesquisa, como ofensas verbais, chutes, socos, ameaças com faca ou arma de fogo, lesões causadas por objetos, esfaqueamentos e tiros.
A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara, deputada Lêda Borges (PSDB-GO), destacou a persistência da violência contra a mulher e defendeu a destinação de mais recursos para as políticas públicas de combate a esse problema. Ela enfatizou a importância do comprometimento de todos os parlamentares na busca por soluções e na garantia de um orçamento adequado para a criação de uma rede de proteção às mulheres vítimas de violência.
A deputada Yandra Moura (União-SE), coordenadora do Observatório Nacional da Mulher na Política, ressaltou os diversos impactos que a violência causa na vida das mulheres, em especial na saúde mental. Ela conclamou profissionais de diferentes áreas a se unirem nessa luta e contribuírem para que a sociedade brasileira enfrente e combata as agressões.
Durante a sessão solene, também foram feitos relatos de mulheres que sofreram violência. Glaucia Souto, da Associação Brasileira de Advogados, que foi agredida fisicamente pelo ex-marido dentro de uma delegacia de atendimento à mulher, exigiu a tomada de providências urgentes para frear a escalada de violência e questionou as ações do Parlamento, das delegacias e do Judiciário. A conselheira Yara Rodrigues dos Santos, eleita presidente do Tribunal de Contas do Amazonas, relatou agressões que sofreu de um colega durante o processo eleitoral e destacou a importância de denunciar os agressores.
O evento reforçou a necessidade de se combater a violência contra as mulheres e de se investir em políticas e recursos para proteger e apoiar as vítimas. As leis Maria da Penha e do feminicídio foram enaltecidas como avanços, mas fica claro que ainda há um longo caminho a ser percorrido para transformar essa realidade.