O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo da Silva, destacou que em situações de desastres, a ocorrência de transtornos mentais é duas a três vezes maior do que em circunstâncias normais, podendo afetar de 8% a 57% da população impactada. Em comparação, o transtorno de ansiedade atinge aproximadamente 13% dos brasileiros em condições de normalidade, sendo o Brasil líder mundial em casos de depressão.
Em relação ao estado do Rio Grande do Sul, Antônio Geraldo da Silva ressaltou a importância de um tratamento psíquico de longo prazo para os afetados pelas tragédias, que dependerá de políticas governamentais a serem implementadas. O presidente da ABP enfatizou que é fundamental o Estado assumir a responsabilidade de oferecer atendimento contínuo e específico às vítimas, garantindo que haja suporte por meses e anos.
A representante do Ministério da Saúde, Débora Noal, apresentou as estratégias do órgão para lidar com a população afetada no Rio Grande do Sul. Ela sublinhou a importância de fornecer informações precisas e adequadas às pessoas atingidas, visando proporcionar estabilidade emocional mediante uma comunicação clara e justa.
Além disso, Débora Noal ressaltou a necessidade de reestruturar as redes de apoio às pessoas em sofrimento mental, envolvendo familiares, amigos, líderes comunitários e profissionais de saúde nas ações de assistência psicológica e psiquiátrica. A audiência pública foi solicitada pela deputada Geovania de Sá (PSDB-SC) e teve como objetivo discutir os efeitos da calamidade na saúde mental dos trabalhadores no Rio Grande do Sul.
Em resumo, o debate na Câmara dos Deputados evidenciou a importância da atenção à saúde mental das vítimas de desastres climáticos, bem como a necessidade de políticas públicas eficazes e de uma rede de apoio sólida para garantir o bem-estar emocional da população afetada.
