Denise Lacerda afirmou ter sido vítima de assédio sexual e moral, relatando que após testemunhar contra um colega que a assediava, passou a sofrer perseguições e foi eventualmente demitida. Já Sabrina Damasceno contou que foi assediada em 2015, durante seu período de estágio probatório, e que ao rejeitar as investidas de seu chefe imediato, tornou-se alvo de assédio moral e perseguições, levando-a a se transferir de Minas Gerais para o Espírito Santo.
As denúncias feitas pelas servidoras mostraram a negligência da corregedoria da PRF em lidar com casos de assédio. Sabrina relatou casos em que suas denúncias não foram aceitas e seu depoimento não foi respeitado, culminando em impunidade para os assediadores.
Além disso, a policial Pamela Pereira Vieira denunciou a falta de estrutura na PRF para acolher as mulheres, incluindo a ausência de alojamento e banheiro femininos. Ela enfatizou a necessidade de transparência e punição para os assediadores na instituição.
O corregedor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Vinicius Behrmann Bento, admitiu a falta de clareza na legislação sobre assédio sexual até o final de 2023, quando a CGU publicou uma nota técnica definindo as condutas que devem ser punidas com demissão. Ele afirmou que no ano anterior, 11,4% dos acusados de assédio foram punidos.
A deputada Erika Kokay, autora do requerimento para a audiência, destacou a importância de investigar e punir os abusadores, ressaltando a necessidade de um ambiente organizacional seguro para que as vítimas possam denunciar.
A audiência promovida pela Comissão de Legislação Participativa evidenciou a gravidade dos casos de assédio na Polícia Rodoviária Federal e a urgência em adotar medidas efetivas para coibir tais práticas e garantir um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todos os servidores.