Pela manhã, o presidente da comissão, deputado Heitor Schuch (PSB-RS), destacou a perda de espaço do setor industrial na economia brasileira nas últimas décadas. Ele ressaltou que em 2022, a indústria representou apenas 23,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, enquanto em 1985, esse percentual era de 48%.
Schuch defendeu a necessidade de investir em uma agenda de “neoindustrialização”, ou seja, produzir os ônibus, caminhões e tratores no Brasil ao invés de importá-los. Segundo ele, esse processo contribuiria para a retomada do crescimento do setor industrial no país.
Outro participante do Seminário, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também destacou a importância da “neoindustrialização”. Ele anunciou que o governo está adotando medidas para impulsionar o setor, como a política da depreciação acelerada dos bens de capital da indústria, que será divulgada em breve. Essa política permitirá que as empresas ampliem a depreciação do maquinário em sua contabilidade, proporcionando redução do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Alckmin ressaltou a importância de renovar o parque industrial brasileiro, que tem em média 14 anos de idade, para aumentar a produtividade e eficiência do setor.
Nelson Barbosa, diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do BNDES, reforçou a urgência da retomada da política industrial no Brasil diante da disputa comercial entre a China e os Estados Unidos. Segundo Barbosa, os países desenvolvidos estão adotando políticas de incentivo ao setor e o Brasil também deve seguir esse caminho, aproveitando seu potencial em áreas como montadoras de ônibus e indústria aeronáutica.
Rafael Lucchesi, diretor de educação e tecnologia da CNI (Confederação Nacional da Indústria), defendeu a criação de uma nova onda de industrialização e ressaltou a importância da indústria na agenda de desenvolvimento nacional.
O 1° Seminário Nacional de Política Industrial contará com a participação de representantes do setor, pesquisadores e integrantes do governo ao longo do dia. O debate pode ser acompanhado ao vivo pelo canal da Câmara dos Deputados no YouTube.