A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) foi a responsável pelo requerimento que deu origem ao debate e ressaltou a importância de resgatar a sabedoria acumulada pelos indígenas ao longo do tempo para enfrentar a crise climática. Em suas palavras, destacou a importância de uma alimentação saudável, livre de agrotóxicos, que preserve a identidade e a tradição dos povos indígenas.
Leosmar Antônio Terena, coordenador-geral de Promoção do Bem Viver Indígena do Ministério dos Povos Indígenas, alertou sobre a tentativa de instalar atividades de alto impacto ambiental nos territórios indígenas por trás da tese do marco temporal. Ele enfatizou que a adoção da agroecologia indígena é fundamental para evitar o colapso da humanidade e trazer equilíbrio à questão ambiental e climática, apoiando-se em dados científicos e no último relatório do painel intergovernamental de mudanças climáticas da ONU.
Outros participantes do debate ressaltaram a importância das práticas agrícolas tradicionais dos povos indígenas na promoção da fertilidade do solo, conservação da água e biodiversidade. Elisa Urbano Ramos Pankararu, coordenadora do Departamento de Mulheres Indígenas da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo, destacou que a ciência indígena é baseada na harmonia entre todos os seres.
A audiência contou com a presença de representantes de territórios indígenas que participavam do 1° Encontro Nacional de Agroecologia Indígena, realizado em Brasília. A conclusão é que a agroecologia indígena pode ser uma importante aliada na luta contra as mudanças climáticas e na construção de um modelo mais sustentável de produção agrícola.
