A procuradora da Mulher enfatizou a necessidade de ampliar a participação das mulheres nos espaços de poder e decisão, combatendo a violência política de gênero, que pode se manifestar de diversas formas, desde ataques verbais nas redes sociais até casos mais extremos, como assassinatos. Ela também destacou a existência de uma violência política mais sutil, presente nas estruturas partidárias, que sabotam as candidaturas femininas a cargos eletivos.
Uma questão abordada por Soraya Santos foi a prática das chamadas “candidaturas laranjas”, utilizadas para burlar a legislação que determina a reserva mínima de 30% de candidaturas femininas nas eleições proporcionais. A deputada mencionou que, em eleições passadas, mais de 14 mil mulheres receberam zero votos, evidenciando o uso dessas candidaturas fictícias. Para modificar essa realidade, a bancada feminina da Câmara recorreu ao Supremo Tribunal Federal para exigir que os partidos destinem parte das verbas de campanha e tempo de propaganda para as candidaturas femininas.
Como resultado dessas ações, nas eleições de 2022, mais mulheres foram eleitas para o Legislativo em comparação com os 30 anos anteriores. Atualmente, a bancada feminina da Câmara conta com 91 deputadas, representando cerca de 18% das cadeiras. Soraya Santos enfatizou a importância da representatividade feminina em todos os espaços de poder e questionou a verdadeira essência da democracia em um país onde as mulheres não se veem representadas de forma equitativa.
Com isso, as iniciativas em prol da igualdade de gênero na política ganham destaque e contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. A atuação de figuras como a deputada Soraya Santos demonstra a importância do engajamento e da luta contínua pela promoção da igualdade de oportunidades para mulheres em todos os segmentos da sociedade.