Durante o depoimento, Nazar destacou que a Binance conta com um time de mais de 750 pessoas que trabalham na prevenção de crimes como lavagem de dinheiro. Ele explicou que a plataforma possui processos de identificação de clientes, estipulação de limites e restrições para saques e depósitos.
No entanto, os deputados Aureo Ribeiro e Ricardo Silva, presidente e relator da CPI, respectivamente, destacaram que depoimentos de outros investigados mostraram que a Binance não conseguiu evitar fraudes envolvendo esquemas de pirâmide financeira. Nazar ressaltou que a empresa é uma das vítimas dessas ações e que trabalha em colaboração com as autoridades para investigar e solucionar esses casos.
Além disso, durante o depoimento, foi revelado que a Binance enfrenta um processo administrativo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por ofertar derivativos a brasileiros sem autorização. Nazar admitiu a falha, mas afirmou que ela já foi corrigida.
Outro ponto abordado pelos deputados foi a questão da tributação. Nazar admitiu que a Binance não paga tributos no Brasil, uma vez que as operações de compra e venda de criptomoedas não ocorrem no país. No entanto, ele destacou que a regulação do setor a ser definida pelo Banco Central poderá estabelecer um fato gerador para essas operações no Brasil.
Durante a CPI, o deputado Ricardo Silva mencionou uma análise feita pela empresa AML Reputacional que identificou que 95% das operações dos 700 maiores usuários da Binance têm chances de estarem relacionadas com lavagem de dinheiro. A CPI pediu que a Binance compartilhe a lista desses 700 maiores clientes no Brasil.
Além da Binance, representantes das empresas Booking e Hotel Urbano (Hurb), do segmento de reservas de hospedagens, também foram ouvidos durante a CPI. Ambas as empresas negaram qualquer relação com esquemas de pirâmide financeira, mas admitiram problemas de gestão no atendimento a demandas de clientes.
Em suma, o depoimento do diretor-geral da Binance no Brasil trouxe à tona diversos problemas envolvendo a plataforma de criptomoedas, como o uso indevido por pessoas mal-intencionadas, a falta de pagamento de impostos e a possibilidade de operações relacionadas à lavagem de dinheiro. A CPI das Pirâmides Financeiras continua suas investigações para esclarecer essas questões e buscar soluções para a regulamentação do setor de criptoativos no país.