CAMARA DOS DEPUTADOS – Plataforma da Binance no Brasil é usada de maneira indevida por pessoas mal-intencionadas, afirma diretor-geral em depoimento à CPI das Pirâmides Financeiras



A Binance, uma das maiores plataformas de compra e venda de criptomoedas do mundo, foi alvo de críticas durante depoimento do diretor-geral da empresa no Brasil, Guilherme Haddad Nazar, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras da Câmara dos Deputados na última quinta-feira (14). Nazar afirmou que a plataforma vem sendo utilizada de maneira indevida por pessoas mal-intencionadas e reconheceu que a empresa não paga impostos no país.

Durante o depoimento, Nazar destacou que a Binance conta com um time de mais de 750 pessoas que trabalham na prevenção de crimes como lavagem de dinheiro. Ele explicou que a plataforma possui processos de identificação de clientes, estipulação de limites e restrições para saques e depósitos.

No entanto, os deputados Aureo Ribeiro e Ricardo Silva, presidente e relator da CPI, respectivamente, destacaram que depoimentos de outros investigados mostraram que a Binance não conseguiu evitar fraudes envolvendo esquemas de pirâmide financeira. Nazar ressaltou que a empresa é uma das vítimas dessas ações e que trabalha em colaboração com as autoridades para investigar e solucionar esses casos.

Além disso, durante o depoimento, foi revelado que a Binance enfrenta um processo administrativo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por ofertar derivativos a brasileiros sem autorização. Nazar admitiu a falha, mas afirmou que ela já foi corrigida.

Outro ponto abordado pelos deputados foi a questão da tributação. Nazar admitiu que a Binance não paga tributos no Brasil, uma vez que as operações de compra e venda de criptomoedas não ocorrem no país. No entanto, ele destacou que a regulação do setor a ser definida pelo Banco Central poderá estabelecer um fato gerador para essas operações no Brasil.

Durante a CPI, o deputado Ricardo Silva mencionou uma análise feita pela empresa AML Reputacional que identificou que 95% das operações dos 700 maiores usuários da Binance têm chances de estarem relacionadas com lavagem de dinheiro. A CPI pediu que a Binance compartilhe a lista desses 700 maiores clientes no Brasil.

Além da Binance, representantes das empresas Booking e Hotel Urbano (Hurb), do segmento de reservas de hospedagens, também foram ouvidos durante a CPI. Ambas as empresas negaram qualquer relação com esquemas de pirâmide financeira, mas admitiram problemas de gestão no atendimento a demandas de clientes.

Em suma, o depoimento do diretor-geral da Binance no Brasil trouxe à tona diversos problemas envolvendo a plataforma de criptomoedas, como o uso indevido por pessoas mal-intencionadas, a falta de pagamento de impostos e a possibilidade de operações relacionadas à lavagem de dinheiro. A CPI das Pirâmides Financeiras continua suas investigações para esclarecer essas questões e buscar soluções para a regulamentação do setor de criptoativos no país.

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