CAMARA DOS DEPUTADOS – Na CPMI de 8 de janeiro, fotógrafo da Reuters é ouvido. Fique por dentro das últimas informações.



No dia 15 de agosto de 2023, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro ouviu o fotógrafo da agência Reuters, Adriano Machado, que foi acusado de conivência com os vândalos que atacaram as sedes dos três Poderes ao registrar a invasão. A solicitação para que o fotógrafo prestasse depoimento partiu dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Delegado Ramagem (PL-RJ), Marco Feliciano (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), e dos senadores Izalci Lucas (PSDB-DF), Marcos do Val (Podemos-ES), Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES).

Segundo Eduardo Bolsonaro, em imagens captadas pelo sistema de câmeras do Palácio do Planalto, Adriano Machado aparece atrás de um grupo de pessoas que arromba uma porta de vidro na antessala do gabinete da Presidência da República. O deputado afirma que “pelos vídeos, percebe-se que um homem só teria dado o chute depois de ter sido informado pelo fotógrafo de que a violação seria gravada. Após o ato de vandalismo, os dois revisam a imagem e celebram com um gesto de cumprimento”.

A atitude do fotógrafo foi questionada pelos parlamentares, que ressaltaram sua familiaridade com as pessoas presentes no ambiente invadido, além de estar protegido por aqueles que o acompanhavam, como se tudo estivesse combinado.

A reunião da CPMI ocorreu no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado. Ao longo dos meses, a comissão já ouviu diversos depoimentos relevantes para as investigações. Entre eles, o ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar (DOP) do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime, que afirmou que a Abin havia alertado os órgãos de inteligência sobre os riscos de ataques, mas o núcleo de inteligência do DOP não teve acesso a esses alertas.

Outros depoimentos incluem o empresário George Washington Sousa, acusado de colocar uma bomba em um caminhão próximo ao Aeroporto JK; o diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro; e os peritos da Polícia Civil do DF Renato Carrijo e Valdir Pires Filho, responsáveis por exames nas proximidades do aeroporto e no caminhão.

Além disso, a comissão ouviu o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques sobre blitze realizadas em rodovias federais no dia do segundo turno das eleições. Vasques negou que a instituição tenha atuado politicamente para favorecer o então candidato Jair Bolsonaro.

Outros depoimentos importantes foram os do coronel Jean Lawand Júnior, que teve que explicar mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Saulo da Cunha, ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que informou aos parlamentares que foram enviados 33 alertas de inteligência sobre o monitoramento dos manifestantes contrários ao novo governo.

O ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres também foi ouvido pela CPMI para explicar a “minuta do golpe”, um documento encontrado pela Polícia Federal em sua casa. Torres afirmou que o texto é uma aberração jurídica e que não sabe quem entregou ou produziu o documento. No entanto, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou que o documento não estava “jogado” na casa para ser descartado, mas estava muito bem guardado.

Vale ressaltar que a CPMI foi criada pelo Congresso em abril de 2023 com o objetivo de investigar os atos de ação e omissão ocorridos no dia 8 de janeiro, quando um grupo de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes. A comissão é composta por 16 senadores e 16 deputados, sendo presidida pelo deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA) e tendo a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) como relatora.

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