Especialistas em meio ambiente se reuniram para discutir a importância do mercado de carbono como um instrumento eficaz para mitigar as mudanças climáticas. No entanto, houve críticas em relação à exclusão do agronegócio do regulamento sobre o mercado de carbono no país.
Durante o evento, os convidados destacaram a necessidade de incentivar o comércio de carbono, como proposto no Projeto de Lei 2148/15. Porém, houve críticas em relação ao PL 412/22, do Senado Federal, que trata do mercado regulado de carbono. A exclusão do agronegócio das obrigações previstas no Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) foi um dos pontos mais debatidos.
O diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), André Guimarães, contestou a exclusão do agronegócio e dos projetos de Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) do mercado de carbono regulado. Segundo ele, o agronegócio poderia se beneficiar dos mercados de carbono, contribuindo para a preservação da vegetação no solo, estabilizando os ciclos hídricos naturais e mitigando as mudanças climáticas.
Outro ponto levantado foi a importância de incluir o agronegócio nas negociações, visando o enfrentamento do desmatamento ilegal e legal. O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Tocantins, Marcelo de Lima Lelis, ressaltou a importância de envolver o setor produtivo nesse processo.
Além disso, a regulamentação do mercado voluntário de carbono também foi discutida, com destaque para a necessidade de controlar o risco de permanência e respeitar o Acordo de Paris. A continuidade das políticas de mitigação de gases de efeito estufa realizadas pelos estados e a importância da iniciativa privada no mercado voluntário de CO2 também foram pontos abordados.
A deputada Socorro Neri (PP-AC), que solicitou a audiência, enfatizou a importância de aprofundar o debate sobre o mercado de carbono como um grande instrumento de mitigação das mudanças climáticas. Segundo ela, o Brasil possui um potencial significativo de gerar créditos de CO2, o que poderia representar uma oportunidade econômica importante para o país.
Portanto, a discussão sobre a precificação do carbono e a inclusão do agronegócio no mercado de carbono regulado continua sendo um tópico relevante e em constante evolução na agenda da sustentabilidade no Brasil.