Na última sexta-feira, 12 de julho de 2025, despachos judiciais levaram a Polícia Federal a executar um mandado de busca e apreensão na residência de Bolsonaro e em seu escritório, vinculado ao Partido Liberal (PL). Os deputados da oposição expressaram a convicção de que a ação de Moraes configura um “abuso de autoridade” e uma violação das garantias fundamentais do ex-presidente. Bia Kicis, vice-líder da Minoria no Congresso, destacou que as alegações que embasam as medidas cautelares são infundadas e se baseiam em narrativas questionáveis. Para ela, tal abordagem judicial não se sustenta frente à Constituição.
Por outro lado, parlamentares pro governo elogiaram as ações como necessárias para a manutenção da ordem e do Estado de Direito. Lindbergh Farias, líder do PT, apontou que as medidas são um reflexo da necessidade de responsabilizar figuras políticas que, em sua visão, tentaram obstruir a Justiça e atacaram instituições democráticas. Ele atribui à abordagem de Moraes uma reação adequada a comportamentos que, segundo ele, ameaçam a estabilidade política do país.
Enquanto os aliados de Bolsonaro criticam as medidas como uma tentativa de silenciá-lo e deslegitimá-lo politicamente, o líder do governo, José Guimarães, reforçou que ninguém está acima da lei e que ações que visam desestabilizar o sistema democrático devem ser combatidas com rigor. Guimarães enfatizou que o país deve se unir em defesa do Estado de Direito e dos valores republicanos.
A justificativa de Moraes para as medidas repousa na suposta movimentação de Bolsonaro e outros investigados no sentido de obstruir investigações em curso, especialmente a Ação Penal 2.668/DF, que investiga tentativas de golpe. O clima de incerteza política permanece, refletindo uma divisão pronunciada entre os diferentes setores da sociedade e política brasileira. A expectativa é de que os desdobramentos desse contexto impactem o já polarizado cenário eleitoral que se aproxima.