O coordenador da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, Luciano Boeira, apresentou um balanço durante a audiência pública na Câmara dos Deputados. De acordo com Boeira, 95 municípios gaúchos estão em estado de calamidade e 323 em situação de emergência. A região sul do estado ainda está com cota de inundação devido às consequências provocadas pelas intensas chuvas que iniciaram no fim de abril.
Durante o ápice da inundação, 15 barragens ficaram sob pressão e houve o rompimento parcial da Usina 14 Julho, no rio Taquari-Antas, resultando no deslocamento de moradores em 10 municípios. Além disso, mais de 28 mil pontos permanecem sem energia elétrica e há bloqueios em diversas rodovias.
Neste momento crítico, o estado ainda precisa de doações, principalmente alimentos, colchões, kits de limpeza e de higiene. Apesar de já ter recebido ajuda, Boeira ressaltou que há necessidades urgentes a serem atendidas nos 592 abrigos públicos em 81 cidades.
Em paralelo a essa situação, na Comissão Especial da Câmara, foi discutida a Proposta de Emenda à Constituição 44/23, que estabelece a destinação de 5% das emendas parlamentares para o enfrentamento de catástrofes naturais. O relator da proposta, deputado Gilson Daniel, prevê a liberação de recursos em torno de R$ 1,8 bilhão, com foco não apenas em ações de socorro, mas também em prevenção e mitigação.
Representantes de diversos estados e instituições destacaram a importância desse reforço financeiro para a atuação das equipes de resgate e para a implementação de medidas preventivas. Houve sugestões para garantir a efetiva aplicação dos recursos e para estabelecer mecanismos de transparência e monitoramento.
A situação no Rio Grande do Sul ainda requer atenção e solidariedade, enquanto as discussões no âmbito legislativo buscam formas de enfrentar e prevenir catástrofes como essa no futuro.