O tema da exploração sexual no Marajó tem ganhado destaque nas redes sociais e na esfera política recentemente, levando a deputada Delegada Ione (Avante-MG) a solicitar o debate na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Durante a reunião, a deputada cobrou prazos para a implementação das ações pelo governo, destacando a urgência em proteger as crianças da região.
A secretária-executiva do Ministério dos Direitos Humanos, Rita Cristina de Oliveira, apresentou as medidas que estão sendo adotadas, como a formação de conselheiros tutelares, a instalação de centros de atendimento e o fornecimento de lanchas para o transporte de crianças e adolescentes em parceria com a Itaipu Binacional. Segundo ela, as primeiras dez lanchas devem ser entregues em maio.
Dados apresentados durante a audiência apontam para altos índices de abuso sexual contra crianças e adolescentes na região, indicando a necessidade de ações urgentes para combater a exploração. A procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho no Pará e no Amapá, Rejane Alves, ressaltou a importância de uma abordagem abrangente e intersetorial para lidar com o problema.
As primeiras denúncias de exploração sexual no Marajó surgiram em 2006, levando a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados a abrir um inquérito. Em 2010, o Senado criou uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o assunto. Atualmente, a Câmara estuda a possibilidade de instalar uma comissão externa e uma nova CPI para apurar a situação.
Durante a audiência, o delegado federal Pedro Rodrigues Neto informou que a Polícia Federal tem trabalhado em parceria com as polícias civil e militar do estado, realizando diligências na região. A investigação busca apurar possíveis violações de vulneráveis, que serão de competência da polícia civil.
Diante da gravidade do problema, é crucial que os esforços sejam intensificados para proteger as crianças e adolescentes do Marajó e garantir seu direito à segurança e dignidade. A sociedade e as autoridades devem continuar vigilantes e atuantes para combater a exploração sexual e promover o bem-estar da população mais vulnerável.