O general Heleno, que atuou durante o governo Bolsonaro, declarou que, a partir da meia-noite do dia 31 de dezembro de 2022, deixou de ser ministro e não teve mais contato com servidores do GSI ou da Presidência. Portanto, segundo ele, não poderia fornecer informações sobre os eventos ocorridos no dia 8 de janeiro. Essas declarações foram feitas durante seu depoimento na CPMI como testemunha.
Em seu discurso, Heleno ressaltou que jamais tratou de assuntos eleitorais ou político-partidários com seus subordinados do GSI. Ele afirmou que nunca se utilizou de reuniões, palestras ou conversas para discutir esses temas, pois não havia clima para tal.
Quando questionado sobre o acampamento de militantes bolsonaristas em frente ao quartel-general (QG) do Exército, em Brasília, o general afirmou que esse assunto não era de sua responsabilidade, mas sim do Ministério da Defesa. Ele enfatizou que jamais esteve no acampamento.
Cabe destacar que o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantiu ao general o direito de ficar em silêncio perante os questionamentos dos parlamentares, caso suas respostas possam prejudicá-lo ou autoincriminá-lo. A decisão do STF também assegurou a Heleno o direito de ser assistido por advogados durante o depoimento.
A defesa do ex-chefe do GSI argumentou que ele não deveria ser obrigado a comparecer à CPMI, pois foi convocado como testemunha, mas é alvo de acusações nos requerimentos de convocação, sendo, portanto, tratado como investigado. No entanto, o argumento não foi aceito por Zanin.
O general Augusto Heleno continua sendo ouvido no plenário 2 da ala Nilo Coelho no Senado. Mais informações sobre o depoimento serão divulgadas posteriormente.
Essa reportagem foi escrita por Janary Júnior e editada por Natalia Doederlein.