CAMARA DOS DEPUTADOS – Entidades criticam exigências para manter imunidade tributária no novo sistema em debate pelo Grupo de Trabalho.



Na tarde desta quarta-feira, um grupo de trabalho se reuniu para discutir as exigências impostas às entidades beneficiadas pela imunidade tributária nos impostos sobre consumo, previstas no projeto de regulamentação da reforma tributária (PLP 68/24). Durante a audiência pública, representantes das entidades criticaram as novas regras, especialmente a limitação salarial imposta aos dirigentes, que não poderão receber mais que o teto do serviço público, estabelecido em R$ 44 mil, o salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Entre as entidades que não pagarão os novos impostos estão as religiosas, partidos políticos, sindicatos, entidades filantrópicas de educação e assistência social, entre outras. Núbia Castilhos, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, defendeu as novas regras como uma forma de aumentar a transparência em um setor beneficiado por renúncias fiscais.

Durante a reunião, Priscila Pasqualin, do Instituto Beja, expressou preocupação com os custos adicionais que as novas exigências trariam para as entidades, como a contratação de auditores independentes para avaliação das contas. Já Mário Ghio Júnior, presidente da Associação Brasileira de Sistemas de Ensino e Plataformas Educacionais, solicitou que o setor possa ter créditos dos impostos pagos por empresas em outras fases da produção de livros e materiais didáticos, a fim de evitar um aumento de até 16% nos custos.

As regras propostas no PLP 68/24 incluem a necessidade de manter a escrituração contábil regular, divulgar as demonstrações financeiras anualmente, destinar o patrimônio para entidades sem fins lucrativos em caso de dissolução, entre outras exigências. Robson Lins, do Instituto Brasileiro de Estudos Tributários, criticou a condicionante imposta às entidades religiosas de prestarem serviços gratuitos para manter a imunidade tributária.

Diante das divergências, o deputado Luiz Carlos Hauly sugeriu separar a discussão das exigências das entidades da reforma tributária, enquanto o deputado Mauro Benevides Filho enfatizou a importância do Estado em garantir controle sobre as entidades. A discussão permanece em aberto, com opiniões divergentes sobre a melhor abordagem a ser adotada em relação às entidades beneficiadas pela imunidade tributária.

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