CAMARA DOS DEPUTADOS – Desafios e avanços no combate à violência de gênero: projetos de lei aumentam penas para feminicídio no Brasil.



No cenário político do Brasil, a violência de gênero tem se destacado como um tema central nas discussões parlamentares. Dados levantados pela iniciativa Elas no Congresso, do Instituto AzMina, apontam que, em 2023, foi apresentado um projeto de lei sobre violência de gênero a cada 30 horas, totalizando 282 propostas dentro dos 502 projetos relacionados aos direitos das mulheres e pessoas LGBTQIAP+. Dentre as propostas mais debatidas, estão aquelas que tratam da violência doméstica e familiar, violência e dignidade sexual, e feminicídio.

Recentemente, um projeto que visava aumentar as penas de feminicídio foi aprovado pela Câmara dos Deputados, e aguarda sanção presidencial. A medida propõe elevar as penas de 12 a 30 anos para 20 a 40 anos de prisão para os casos de feminicídio. Parlamentares como Gisela Simona, relatora do projeto, acreditam que aumentar as penas pode contribuir para reduzir a sensação de impunidade e inibir esse tipo de crime.

Apesar do avanço legislativo, especialistas alertam que a punição, embora importante, não é suficiente para resolver o problema da violência contra as mulheres. Ana Carolina Araújo, do Instituto AzMina, enfatiza a necessidade de políticas preventivas e educativas, destacando que a punição, por si só, não é capaz de deter os crimes de gênero.

Além disso, a procuradora da Mulher na Câmara, deputada Soraya Santos, ressalta a previsibilidade do feminicídio e a importância de identificar os sinais antes que o crime ocorra. A necessidade de transformações culturais e a articulação entre órgãos públicos e organizações para enfrentar a violência contra as mulheres também são destacadas como essenciais pela professora Ana Paula Antunes, da Universidade de Brasília.

Em paralelo, outras leis têm sido aprovadas visando a prevenção e combate à violência de gênero, como a instalação de bancos vermelhos com mensagens de reflexão e a inclusão de abordagens femininas nos currículos escolares. No Congresso Nacional, o debate sobre a violência de gênero continua em pauta, trazendo à tona a necessidade de ações integradas e educativas para enfrentar esse grave problema social.

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