CAMARA DOS DEPUTADOS –

Deputado Acusa Advogado de Intermediar Propina em Fraudes do INSS e Novo Mandado de Prisão é Cumprido

Escândalo no INSS: Advogado Acusado de Facilitar Fraudes em Aposentadorias

No cenário tumultuado da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, declarações impactantes dominaram a reunião desta quinta-feira, 13 de novembro de 2025. O deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da CPMI, invocou acusações graves contra o advogado Eric Douglas Martins Fidelis, implicando-o em um esquema de pagamento de propinas ligado a fraudes nas aposentadorias geridas pelo Instituto Nacional do Seguro Social.

Em sua fala, Gaspar mencionou que o advogado teria recebido cerca de R$ 3 milhões do indivíduo conhecido como “Careca do INSS”, o que levanta questões sérias sobre a integridade do sistema previdenciário. O relator afirmou que Eric recebeu R$ 1,5 milhão por meio de seu escritório e R$ 1,8 milhão diretamente em sua conta pessoal. No entanto, durante a audiência, amparado por habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, o advogado optou por manter silêncio em boa parte das perguntas que lhe foram dirigidas.

O cenário torna-se ainda mais alarmante com a revelação de que o pai de Eric, André Fidelis — ex-diretor de Benefícios do INSS entre 2023 e 2024 — foi preso durante a mesma operação policial. Gaspar destacou que André autorizou a assinatura de Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com 14 entidades, que teriam causado descontos indevidos de aproximadamente R$ 1,6 bilhão dos aposentados.

Eric, advogado há uma década, defendeu sua conduta profissional, afirmando ter sempre atuado de acordo com a ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele se apresentou como um profissional experiente, com um portfólio que inclui dezenas de clientes entre indivíduos e organizações.

Contudo, a CPMI ampliou seu foco de investigação, convocando o deputado estadual Edson Cunha de Araújo (PSB-MA), que também está sob investigação na Operação Sem Desconto. O deputado já enfrentou problemas com a Comissão, tendo sido alvo de um mandado de busca e apreensão emitido pela Polícia Federal no mesmo dia. A crescente tensão no ambiente legislativo se intensificou quando um membro da CPMI, o deputado Duarte Jr., denunciou que foi ameaçado por Araújo, solicitando proteção à Polícia Legislativa.

Além disso, os parlamentares aprovaram medidas como a quebra de sigilos bancário, telemático e fiscal do deputado, bem como a solicitação de um relatório detalhado ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A CPMI prossegue com suas investigações, buscando esclarecer as intricadas relações e os possíveis crimes cometidos em um dos setores mais sensíveis da administração pública.

Este caso ressalta a necessidade de vigilância e integridade no processo de aposentadoria, um direito essencial para milhões de brasileiros, que agora se veem no centro de um escândalo de proporções significativas.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo