Pedro do Nascimento Filho, diplomata do Departamento de Clima do Ministério do Meio Ambiente, reafirmou o compromisso do Brasil em garantir uma “COP inclusiva”. Ele ressaltou que, na última conferência, o país avançou em assegurar que o secretariado da ONU priorizaria o credenciamento de entidades participativas em eventos futuros. Para este ano, a expectativa é de um aumento significativo da presença de grupos da sociedade civil brasileira, que atuarão como observadores durante o encontro.
Monique Ferreira, chefe de gabinete da presidência da COP 30, destacou a importância de mobilização da sociedade civil através de iniciativas como o título de “campeão climático” e os “círculos” de diálogo. O “Círculo dos Povos”, que visa garantir a participação de indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais, foi um exemplo citado. Monique definiu a COP como um “processo ao invés de um evento isolado”, enfatizando a necessidade de engajamento coletivo na luta contra a emergência climática.
No seminário, Thalia Silva, coordenadora da Coalizão Nacional de Juventudes pelo Clima e Meio Ambiente, reafirmou a determinação da juventude em participar efetivamente das negociações da COP 30. Ela abordou as questões de desigualdade enfrentadas por muitos jovens, destacando que dos 48,5 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos, uma parcela significativa vive em condições vulneráveis que exacerbam os impactos das mudanças climáticas.
Carolina de Brito, do Instituto Alana, insistiu que as soluções discutidas na conferência devem levar em conta as diversas realidades enfrentadas por crianças em todo o mundo. Com cerca de um bilhão de crianças vivendo em áreas de risco e 10 milhões de jovens já deslocados devido a desastres climáticos, a alocação de recursos para essas questões é crítica. Em um contexto em que a temperatura global se aproxima de um aumento médio de 1,5 graus Celsius, essas crianças herdarão um futuro incerto.
O seminário também permitiu a participação de outras organizações socioambientais, que levantaram questões necessárias para a evolução da legislação ambiental. O deputado Tarcísio Motta, do Psol-RJ, fez um apelo por um comprometimento renovado em busca dessas melhorias, destacando a importância da justiça climática que integre dimensões antirracistas e de gênero. O evento foi promovido por deputados de diferentes vertentes, enfatizando a união em prol de uma causa tão urgente e relevante.