CAMARA DOS DEPUTADOS – Congresso Derruba Vetos de Lula e Modifica Regras de Licenciamento Ambiental em Votação Controverso, Atraindo Críticas de Ambientalistas e Apoio do Agronegócio.

O Congresso Nacional tomou uma decisão significativa ao derrubar, em sua totalidade, os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de Licenciamento Ambiental (PL 2159/21), com exceção dos trechos que tratam do Licenciamento Ambiental Especial (LAE), que estão abrangidos pela Medida Provisória 1308/25. Esses vetos derrubados serão encaminhados para promulgação, alterando assim importantes aspectos da legislação ambiental no país.

No mesmo sentido, os parlamentares também rejeitaram vetos relacionados ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados e a um projeto que convalida reajustes para servidores do Senado. A votação foi realizada de modo eletrônico, resultando em mais de 260 votos contrários à manutenção dos 24 itens vetados, anteriormente analisados item por item. No Senado, 50 votos acompanharam a derrubada, sendo que para que um veto seja anulado, são necessários pelo menos 257 votos da Câmara e 41 do Senado.

Dentre as principais mudanças aprovadas, destaca-se a nova legislação que limita a consulta às autoridades competentes, como a Funai e o Ministério da Igualdade Racial, apenas quando empreendimentos afetarem terras indígenas demarcadas. A opinião dessas autoridades não será vinculativa para a decisão dos órgãos licenciadores, levantando preocupações sobre a proteção dos direitos indígenas e do patrimônio cultural.

Outro ponto controverso é a reintrodução das regras da Licença por Adesão e Compromisso (LAC), que permitirá a regularização de atividades, mesmo que previamente irregulares. Isso pode resultar na dispensa de penalizações por crimes ambientais, caso as condições de regularização sejam atendidas.

A nova legislação também altera a dinâmica de fiscalização ambiental ao dispensar a necessidade de autorizações para desmatamentos na Mata Atlântica e simplificar o processo de licenciamento para obras de infraestrutura. No entanto, críticos apontam que essas medidas podem enfraquecer a proteção ambiental e permitir a exploração desenfreada de recursos naturais.

Os argumentos do governo para vetar os trechos incluíam a inconstitucionalidade de algumas alterações e a possibilidade de implementação de projetos sem a devida análise de impactos. Líderes da oposição destacaram a seriedade das decisões, alertando para os riscos de retrocessos na proteção ambiental em um contexto já vulnerável.

Enquanto parlamentares que apoiam as novas regras enxergam uma oportunidade de modernizar e racionalizar o licenciamento ambiental, críticos argumentam que isso comprometerá a saúde dos ecossistemas e os direitos das comunidades vulneráveis. O debate sobre os limites entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental continua acirrado no Brasil, especialmente em um momento em que questões climáticas estão no centro das discussões globais.

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