Durante a discussão, representantes de diversos setores econômicos expressaram suas opiniões divergentes. O diretor da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, Henrique Lian, apoiou a proposta e trouxe à tona uma pesquisa que evidenciou a significativa queda nas importações de até 50 dólares, especialmente em estados mais pobres, como Bahia e Pará. Ele também destacou que 42% dos consumidores brasileiros desistiram de compras internacionais devido a essa taxa, ressaltando que o fardo do imposto recai sobre o consumidor.
Por outro lado, André Porto, diretor da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia, alertou que a alta taxa torna o Brasil um outlier em comparação com as práticas internacionais, impactando desproporcionalmente as classes mais baixas. Porto também citou uma expressiva queda de 43% nas importações mensais de bens de consumo por meio do programa Remessa Conforme, evidenciando os desafios enfrentados pelo setor.
Ricardo Barbosa, da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Internacional Expresso de Cargas, reforçou os efeitos negativos da taxa sobre o mercado, citando que 84% das empresas do setor congelaram planos de expansão e algumas relataram perdas significativas.
Em contrapartida, a Associação Brasileira do Varejo Têxtil se manifestou contra a extinção da taxa, defendendo que sua manutenção é crucial para a sobrevivência do setor nacional. O diretor da associação argumentou que a carga tributária sobre produtos fabricados no Brasil é substancial, o que torna a competição desleal com plataformas internacionais ainda mais desafiadora.
Fernando Pimentel, da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, também expressou preocupação com o saldo negativo da balança comercial, propondo um sistema de cashback como uma alternativa viável para valorizar produtos nacionais e estimular a compra no varejo local.
Por fim, o debate revelou um consenso em relação aos altos custos de operação no Brasil, como a carga tributária elevada e a burocracia excessiva. Kim Kataguiri, que organizou o evento, lamentou a falta de mobilização do setor produtivo para implementar soluções estruturais que equilibrariam a economia e freariam os aumentos de gastos públicos. O deputado Lucio Mosquini pediu um equilíbrio que evite conflitos entre a indústria nacional e plataformas internacionais de comércio eletrônico, enfatizando a necessidade de um diálogo construtivo no setor.









