Carla Zambelli Anuncia Recurso Contra Condenação do STF em Entrevista Coletiva
Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 15 de maio de 2025, a deputada federal Carla Zambelli, do PL de São Paulo, juntamente com seu advogado, informou que recorrerá da decisão tomada pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A referida decisão condenou Zambelli a uma pena de dez anos de prisão e determinou a perda do seu mandato, uma medida que gerou ampla repercussão e debates sobre a separação de poderes no Brasil.
A acusação contra a deputada envolve um suposto planejamento para uma invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um crime que foi efetivamente perpetrado em 2023 pelo hacker Walter Delgatti. Zambelli defendeu sua inocência, alegando que Delgatti teria mentido sobre sua suposta participação no esquema. Durante a coletiva, a parlamentar criticou a celeridade do julgamento virtual e expressou insatisfação com os termos da decisão, que, segundo ela, foi tomada de maneira precipitada e sem a devida consideração.
Zambelli também levantou uma questão crucial sobre a perda de seu mandato, enfatizando que tal decisão deveria ser formalmente deliberada pelo Plenário da Câmara dos Deputados, e não determinada unilateralmente pelo STF. “A gente tem que ter bastante reverência pela separação de poderes no Brasil”, afirmou, ressaltando a importância desse princípio democrático em um estado de direito.
Além das questões jurídicas, a deputada compartilhou suas preocupações pessoais, referindo-se a um sentimento de perseguição política que, segundo ela, decorre de sua ascensão política como representante de um expressivo número de eleitores. “Quando a gente tem 1 milhão de votos, coloca um foco na nossa cabeça”, lamentou, expressando descontentamento com a injustiça que percebe no sistema judiciário.
Por fim, Zambelli abertamente manifestou temor sobre seu estado de saúde caso seja encarcerada. “Meus médicos são unânimes em dizer que eu não sobreviveria à cadeia”, disse, deixando claro que, mesmo diante da possibilidade de prisão, ela se entregaria às autoridades, caso seja necessário. Essa declaração adiciona um elemento de urgência e gravidade à sua situação, trazendo à tona cláusulas éticas e humanas que cercam a discussão sobre a aplicação da lei e as condições dos detidos no Brasil.