CAMARA DOS DEPUTADOS – Câmara dos Deputados aprova projeto que amplia confisco de bens de organizações criminosas e milícias em novas regras de combate à corrupção.

Em uma importante decisão, a Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados deu seu aval ao Projeto de Lei 1323/25, que visa ampliar as diretrizes de confisco de bens utilizados por organizações criminosas e milícias. O texto aprovado estabelece que todos os instrumentos empregados na execução de crimes, bem como valores mobiliários e capitais relacionados a entidades privadas, deverão ser declarados perdidos em favor da União.

Essa proposta modifica um artigo do Código Penal, uma alteração que já havia sido introduzida pelo Pacote Anticrime, sancionado em 2019. Com a nova legislação, o Estado ganhará a prerrogativa de confiscar bens de origem ilícita, mesmo sem a necessidade de comprovar uma ligação direta com atividades criminosas, desde que os valores do patrimônio sejam desproporcionais à renda lícita do condenado.

O objetivo principal da medida é desmantelar o patrimônio das organizações criminosas que frequentemente utilizam empresas para camuflar a origem de seus recursos ilícitos. Para facilitar a rastreabilidade do dinheiro, o projeto autoriza a requisição de informações de instituições como o Banco Central, a Receita Federal e a Comissão de Valores Mobiliários, entre outros órgãos de inteligência e investigação.

As informações financeiras obtidas durante esse processo deverão ser mantidas em sigilo, com penalidades previstas para os agentes públicos que descumprirem essa norma. O relator da proposta, o deputado Delegado Ramagem, mostrou-se favorável à iniciativa, de autoria do deputado Célio Studart. Ramagem ressaltou que o projeto procura oferecer uma “pormenorização conceitual e procedimental” que efetivamente permitirá à Justiça intensificar o confisco de bens adquiridos de forma ilícita.

Atualmente, o Projeto de Lei 1323/25 segue tramitação em caráter conclusivo, aguardando análise pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para que se torne uma nova legislação, a proposta ainda precisa passar por votação na Câmara dos Deputados e no Senado. A medida, se aprovada, representa um avanço significativo no combate a crimes financeiros e à lavagem de dinheiro, reforçando as ferramentas legais disponíveis para as autoridades.

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