Um dos países que mais registrou casos de violência contra brasileiras foi a Itália, com 350 casos, seguido pelos Estados Unidos com 240 casos, Reino Unido com 188 casos e Portugal com 127 casos. Maria Teresa Prado, coordenadora do Observatório da Mulher, ressaltou que a falta de registros em algumas repartições consulares no exterior não significa ausência de violência, mas sim subestimação dos dados.
A violência vicária, que se refere ao uso dos filhos para agredir a mulher, também foi abordada durante a audiência. Daniela Grelin, do Instituto Natura, alertou para os 808 casos de disputa de guarda e 96 casos de subtração de menores registrados no ano passado. Ela destacou que a violência contra as mulheres é agravada pelo isolamento e pelo silenciamento das vítimas.
Além disso, a senadora Mara Gabrilli defendeu a aprovação do Projeto de Lei 565/22, que busca enfrentar a situação em que brasileiras sofrem discriminação ao buscar auxílio em países estrangeiros. A senadora também ressaltou a importância de garantir o retorno imediato da criança em casos de violência doméstica.
A embaixadora Márcia Loureiro, do Itamaraty, informou que a rede consular brasileira realizou 223 repatriações individuais no ano passado e está empenhada em garantir a proteção dos mais vulneráveis, incluindo mulheres, menores, pessoas com deficiência, pessoas LGBTQIA+ e aqueles que sofrem discriminação racial. A prevenção da violência contra a mulher também é uma prioridade, com a criação de cartilhas e espaços de apoio.
Portanto, a questão da violência contra as brasileiras no exterior é um tema urgente que requer ações efetivas tanto no aspecto legislativo como na prestação de apoio e acolhimento adequados às vítimas. O combate a essas violências deve envolver não apenas as autoridades brasileiras, mas também a colaboração e cooperação de diferentes instâncias internacionais.