De acordo com o especialista, a rede que está sendo estruturada integrará todas as etapas de combate e tratamento do câncer, envolvendo busca ativa, acompanhamento individualizado, coordenação entre serviços e apoio aos pacientes. O objetivo é garantir diagnóstico em tempo hábil, articulação entre os diferentes níveis de atenção, comunicação eficiente, redução de custos e promoção da adesão ao tratamento.
A lei que estabelece a política de prevenção e controle do câncer, sancionada em dezembro de 2023, surgiu a partir de um projeto da Comissão Especial de Combate ao Câncer no Brasil, presidida pelo deputado Weliton Prado (Solidariedade-MG). Prado ressaltou a importância da implementação rápida da lei, considerando o câncer como uma doença emergencial, que atualmente é a segunda principal causa de morte no país.
Durante a audiência, também foi abordada a preocupação com o diagnóstico tardio do câncer no Brasil. Mais de 60% dos casos são diagnosticados em estágio avançado, quando o ideal seria manter essa taxa abaixo de 30%. O atraso de 30 dias no início do tratamento pode aumentar o risco de mortalidade em até 8%, e se ultrapassar 60 dias, o aumento pode chegar a 16%.
A deputada Silvia Cristina (PP-RO), relatora da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, destacou que o país registra quase 2 mil novos casos da doença diariamente, resultando em 656 mortes diárias. O Instituto Nacional do Câncer prevê que nos próximos anos o Brasil terá 704 mil novos casos de câncer anualmente.
Diante desses números alarmantes, a atuação conjunta entre os órgãos de saúde e a sociedade civil se mostra essencial para enfrentar o desafio do câncer no Brasil e disponibilizar um diagnóstico precoce e tratamento eficaz para a população. A implementação adequada das políticas de combate ao câncer é fundamental para reduzir a mortalidade decorrente da doença e proporcionar uma melhor qualidade de vida aos pacientes.