Galípolo enfatizou que a alta taxa de juros no Brasil se deve à peculiaridade da política monetária nacional, que não apresenta os mesmos efeitos que em outras economias. Ele explicou que há subsídios cruzados no mercado, permitindo que algumas empresas consigam financiamento a custos inferiores ao que seria considerado normal.
Durante a sessão, parlamentares expressaram suas preocupações. O deputado Sidney Leite (PSD-AM), por exemplo, fez críticas à taxa de juros, argumentando que uma redução abaixo de dois dígitos poderia proporcionar um ambiente mais favorável para a indústria da Zona Franca de Manaus, permitindo que as fábricas operassem em três turnos. Já o deputado Paulo Guedes (PT-MG) questionou a situação atual da dívida pública, considerada injusta, e ressaltou que o aumento da dívida mina os esforços do governo em manter a estabilidade fiscal.
Apesar das críticas e preocupações, Galípolo manteve a posição de que o Banco Central não deve flexibilizar sua busca pela meta de inflação. Ele alegou que as expectativas do mercado para a inflação em 2027 permanecem em 4%. Em relação aos números mais recentes, Galípolo apontou uma queda na inflação de alimentos, que passou de 17,5% em março para 12,5% em maio, oferecendo uma perspectiva moderadamente otimista em meio ao panorama negativo.
Adicionalmente, Galípolo mencionou que o Banco Central está avaliando novas formas de regular o sistema financeiro, especialmente com a entrada de novos agentes que oferecem crédito. Sobre a recente invasão de contas em instituições participantes do sistema de pagamentos instantâneos (PIX), o presidente do Banco Central garantiu que a situação está sob investigação da Polícia Federal, esclarecendo que a falha ocorreu devido à corrupção interna, e não por um ataque cibernético externo.
Por fim, ele comentou sobre a negociação do banco Master com o BRB, ressaltando que os termos ainda estão sendo definidos e que apenas após a conclusão desse processo o Banco Central se pronunciará sobre a viabilidade da compra. Essa transparência nas declarações reflete o compromisso do Banco Central em manter a credibilidade do sistema financeiro e a proteção do poder de compra da população.