Câmara do Rio aprova “Dia da Cegonha Reborn” para celebrar artesãs de bonecas hiper-realistas; polêmica toma conta das redes sociais sobre uso por adultos.



A Câmara Municipal do Rio de Janeiro deu um passo significativo ao aprovar no dia 8 de maio um projeto de lei que estabelece o “Dia da Cegonha Reborn”. Essa data comemorativa visa homenagear as artesãs que criam bonecas hiper-realistas, conhecidas como reborns, um fenômeno que tem gerado intensos debates nas redes sociais. Com a aprovação, a proposta agora aguarda o parecer do prefeito Eduardo Paes, que tem até 3 de junho para decidir se sanciona ou não a nova legislação.

O vereador Vitor Huro, relator do projeto, justifica a necessidade da criação dessa data especial, afirmando que o nascimento de um bebê é um marco na vida de qualquer mulher. Ele destaca que, para as chamadas “mamães reborn”, a experiência é semelhante, uma vez que essas bonecas são elaboradas para se assemelharem a bebês reais. Além disso, o vereador enfatiza a importância das bonecas para aqueles que sofreram a perda de um filho, situando essas criações no contexto emocional de lembranças e cura.

O uso das bonecas reborn tem sido explorado em diversos países como uma alternativa terapêutica, especialmente em casos de luto. Psicólogos têm relatado que, sob a orientação correta, essas bonecas podem auxiliar na fase de recomposição emocional de pais enlutados, proporcionando um meio de lidar com a dor da perda. No entanto, a proposta também suscita polêmicas, especialmente nas redes sociais. Relatos de adultos que utilizam essas bonecas em situações cotidianas, como consultas médicas, têm gerado discussão. Embora muitos desses relatos ainda careçam de comprovação, a ideia de confundir realidade com fantasia preocupa especialistas.

O psicólogo Marcelo Santos, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, sugere que essa prática pode trazer benefícios à saúde mental, promovendo interação social e criatividade. Contudo, ele alerta para a necessidade de uma análise cuidadosa do contexto por trás dessas ações, para evitar diagnósticos precipitados. Já a psicóloga Rita Calegari, do Hospital Nove de Julho, enfatiza que a linha entre o hobby e um possível transtorno mental depende da frequência e intensidade dessa prática.

Esta iniciativa não é isolada. Outros projetos de lei em diferentes partes do Brasil têm surgido com a intenção de regulamentar o uso das bonecas reborn, sendo alguns deles voltados para restringir seu uso em ambientes de saúde. A popularidade desses itens entre adultos levanta questões sociais e emocionais que continuam a ser exploradas nas redes, refletindo uma nova dinamicidade nas relações com a maternidade e o luto na sociedade contemporânea.

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