Câmara aprova por ampla maioria manutenção da prisão de deputado suspeito de envolvimento no caso Marielle Franco

Na noite desta quarta-feira, 10 de abril, a Câmara dos Deputados protagonizou um intenso embate político que resultou na aprovação da manutenção da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão, do Rio de Janeiro. Com 277 votos a favor, 129 contra e 28 abstenções, os parlamentares decidiram pela continuidade da detenção preventiva de Brazão, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O deputado é suspeito de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Foi uma votação apertada, que envolveu intensas articulações de diferentes grupos políticos. De um lado, os governistas e ministros do STF se posicionaram a favor da permanência de Brazão na prisão; do outro, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha lideraram esforços pela soltura do congressista. O resultado final exigia 257 votos favoráveis para a manutenção da prisão.

O clima na Câmara mudou rapidamente em apenas duas semanas, período em que a votação foi adiada devido a um pedido de vista coletivo. No final de março, a expectativa era de uma aprovação tranquila da continuidade da detenção de Brazão.

Durante o intervalo entre as votações, a oposição buscou apoio do Centrão para tentar liberar o deputado, como forma de enviar um recado de reação ao STF e a Moraes. Alguns parlamentares questionaram a legalidade da prisão de Brazão, alegando que o crime suspeito foi cometido seis anos atrás, não em flagrante.

Além disso, houve intensa movimentação dos partidos e blocos partidários da Câmara para orientar os votos dos deputados. PT, PSB e PSOL votaram pela manutenção da prisão, enquanto o PL se posicionou contra. Os principais candidatos à presidência da Câmara adotaram posturas diferentes, com votos a favor e contra a permanência de Brazão na prisão.

Durante a sessão, o advogado de defesa de Brazão argumentou que a prisão extrapolava os limites da dignidade da pessoa humana e expunha seu cliente a uma “tortura psicológica”. A votação foi acompanhada pelo presidente da Embratur, Marcelo Freixo, amigo de Marielle, que após o resultado abraçou Fernanda Chaves, ex-assessora da vereadora e sobrevivente do atentado no Rio.

A decisão da Câmara dos Deputados reflete a complexidade e as diferentes posições políticas envolvidas no caso, demonstrando a divisão e os embates presentes no cenário político brasileiro. A controvérsia em torno da prisão de Chiquinho Brazão continuará a inspirar debates e reflexões sobre o papel do Congresso e do Judiciário no país.

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