Os pesquisadores, ligados ao Consórcio Internacional de Epidemiologia do Câncer de Cabeça e Pescoço, buscaram esclarecer questões que anteriores estudos deixaram em aberto, considerando resultados contraditórios a respeito da influência dessas bebidas na saúde. A metodologia envolveu a aplicação de questionários detalhados a participantes, que relataram suas ingestões de café — tanto com cafeína quanto descafeinado — e de chá em diferentes períodos, como dias, semanas e meses.
Os resultados apresentados na revista CANCER, uma publicação respeitada da Sociedade Americana do Câncer, destacam que aqueles que consumiam mais de quatro xícaras de café com cafeína por dia apresentavam um risco até 17% menor de contrair câncer de cabeça e pescoço. Além disso, a pesquisa identificou uma redução de 30% nas chances de desenvolver câncer na cavidade oral e de 22% no risco de câncer de garganta. Até mesmo o consumo de café descafeinado se mostrou promissor, correlacionando-se com uma diminuição de 25% no risco de câncer oral.
Os dados referentes ao chá também foram encorajadores. Ingerir uma xícara ou menos por dia foi associado a um risco 9% menor de câncer na cabeça e pescoço e uma redução de 27% para o câncer hipofaríngeo. Contudo, é importante notar que o estudo encontrou uma associação negativa para aqueles que consumiam mais de uma xícara de chá, que apresentaram um aumento de 38% nas chances de desenvolver câncer de laringe.
Essas descobertas ressaltam o impacto potencial que hábitos de consumo alimentar podem ter na saúde, oferecendo um novo ângulo na luta contra doenças graves, como o câncer. A pesquisa abre caminho para novas investigações sobre os mecanismos biológicos envolvidos e como a modificação da dieta poderia se tornar uma estratégia importante na prevenção deste grave problema de saúde pública.
