Há 36 variantes do novo coronavírus em circulação no estado de São Paulo, no momento, de acordo com informações do Instituto Butantan. Os dados foram divulgados na segunda-feira (30), no Boletim Epidemiológico da Rede de Alerta das Variantes.
Em meio a elas, três foram identificadas pela primeira vez, enquanto outras quatro são novas linhagens da variante Delta. Entre as cepas inéditas, está a B.1.1621.1, também conhecida como “Copa América”, detectada inicialmente em dois integrantes das delegações da Colômbia e do Equador, durante o torneio.
Além dela, foram detectadas, de forma inédita, as mutações B.1.540, em cinco pessoas, e AY.3, com três casos. A descoberta se deu graças ao sequenciamento genômico realizado pelo instituto, que já analisou mais de 19 mil amostras de pacientes com covid-19 desde o início da pandemia.
Segundo a diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan, Sandra Vessoni, a presença das novas mutações preocupa. O motivo maior do alerta é a alta taxa de contágio de algumas cepas, como a delta, associada ao aumento de casos no Reino Unido, Estados Unidos e Índia.
Variante delta se espalhando
Correspondendo a apenas 3,68% dos casos de infecção pelo Sars-CoV-2 no estado, a delta está longe de ser a responsável pela maioria dos registros na região. Porém, ela se espalha cada vez mais rápido, tendo sido identificada em 13 das 17 divisões regionais de saúde, de acordo com o Butantan.
Na divisão de Registro, ela corresponde a 100% dos casos, enquanto na Baixada Santista ela representa 61,54% das infecções pelo novo coronavírus. Já em São João de Boa Vista, 56,41% dos registros têm relação com a Delta, número que cai para 43,31% na Grande São Paulo.
Mesmo com essa quantidade de variantes, o instituto afirma ter constatado uma redução dos casos de covid-19 no estado de São Paulo. Das 17 regionais, 14 tiveram queda na quantidade de novos registros em comparação com a semana anterior, enquanto nas outras três houve estabilidade.
Variante dama predomina
Apesar das preocupações em relação à delta, a variante gama ainda é a dominante no estado de São Paulo. Segundo Vessoni, a mutação P.1 é a responsável por 85,34% dos casos de covid-19 no território paulista, atualmente.
Continuar o monitoramento, especialmente acompanhando a delta, é fundamental para prever os impactos que ela pode causar. A ação foi defendida pela especialista durante evento realizado pelo Instituto do Legislativo Paulista (ILP), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP).