O buraco negro, que já havia despertado a atenção dos pesquisadores em 2018, quando sua coroa de plasma quente desapareceu abruptamente, voltando a aparecer meses depois, agora demonstra um comportamento que os cientistas descrevem como “sem precedentes”. Esses bruscos aumentos na atividade de raios X coincidem com a presença de um jato de plasma expelido em direção ao espaço a uma velocidade impressionante, quase um terço da velocidade da luz.
As causas desse fenômeno ainda são uma incógnita. A hipótese predominante entre os astrônomos sugere que uma anã branca, um tipo de estrela, pode estar girando em direção à borda do buraco negro, permanecendo em uma órbita instável. Essa proximidade não resulta em sua colisão imediata, mas permite a emissão de ondas gravitacionais. Se confirmada, essa teoria poderia ser observada em futuros estudos sobre ondas gravitacionais, ampliando o entendimento sobre a dinâmica e os limites da física em torno de buracos negros.
Para os pesquisadores envolvidos, essa nova evidência representa um marco importante na astronomia. Eles acreditam que a observação variada e intensa dos flashes de raios X poderá oferecer ainda mais insights sobre a formação e a estrutura dos buracos negros, assim como sobre a evolução das estrelas que os orbitam. Erin Kara, uma das coautoras do estudo, destacou a singularidade do fenômeno, afirmando que “era muito bonito” e que as flutuações observadas não se assemelham à atividade típica de buracos negros conhecidos.
A contínua vigilância sobre o 1ES 1927+654 promete não apenas responder questões sobre o que ocorre nas profundezas do espaço, como também suscitar novas perguntas sobre a natureza do universo e as interações entre diferentes corpos celestiais.