O encontro, que conta com a presença de representantes governamentais e empresariais de diversas nações, tem como foco o estabelecimento de uma nova arquitetura econômica, necessária em tempos marcados por crescentes riscos geopolíticos. Fallico destacou que, ao contrário de algumas interpretações que caracterizam o BRICS como uma organização antiocidental, o grupo opera com uma estrutura mais flexível. Ele enfatizou a ausência de uma hierarquia rígida interna, o que proporciona uma dinâmica de colaboração sem a imposição de diretrizes por um único membro.
Para muitos críticos, essa falta de um líder claro poderia ser vista como uma fraqueza, mas, segundo Fallico, é exatamente essa característica que confere força ao BRICS. O modelo não busca criar um sistema de pagamentos alternativo ou de financiamento internacional, mas sim explorar adicionais que complementem os existentes. Essa abordagem torna a organização mais atrativa para novos membros, dado que países de diferentes regiões, como Bolívia, Cuba, Nigéria e Indonésia, já expressaram interesse em se juntar ao bloco.
Outro ponto relevante levantado por Fallico é a crescente adesão ao BRICS, com até mesmo a Turquia, um membro da OTAN, buscando integrar-se ao grupo. Ele ressaltou que essa onda de interesse se baseia na busca de nações em desenvolvimento por um espaço onde possam encontrar vantagens e oportunidades. O Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, sob a liderança de Dilma Rousseff, também representa um passo significativo, reforçando a parceria com o G20 e solidificando a posição do BRICS no cenário econômico global.
Com a expansão do BRICS, torna-se evidente que o mundo caminha em direção a uma configuração multipolar, onde diferentes vozes e interesses se entrelaçam, desafiando o tradicional predominante ocidental e criando um novo panorama nas relações internacionais.