BRICS se reforça com entrada de Indonésia, Malásia e Tailândia para intensificar desdolarização e desafiar hegemonia do dólar global.



Recentemente, a presença do Sudeste Asiático no bloco econômico BRICS foi fortalecida com a adesão da Indonésia, Malásia e Tailândia como membros parceiros. A entrada desses países foi confirmada pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia e representa uma ampliação significativa da representatividade do bloco na região da Ásia-Pacífico. Essa nova configuração é vista como uma oportunidade para o BRICS intensificar sua capacidade de contradizer a hegemonia do dólar americano no comércio internacional.

O embaixador da Indonésia na Rússia, Jose Antonio Morato Tavares, expressou entusiasmo pela entrada de seu país, destacando que agora o país pode participar das reuniões do BRICS, ainda que não como membro pleno. Essa movimentação se deu no contexto da Cúpula de Chefes de Estado do BRICS realizada em Kazan, onde um número considerável de países também foram convidados a se juntar ao bloco, incluindo nações da América Latina e da África.

A adesão destes novos parceiros é um reflexo da crescente busca por alternativas ao sistema financeiro dominado pelo dólar, muito considerado por economistas e analistas. Um especialista em geopolítica destacou que a inclusão de Indonésia, Malásia e Tailândia pode impulsionar projetos de desdolarização e facilitar o comércio em moedas locais, além de fortalecer iniciativas já existentes, como uma possível bolsa de grãos do BRICS. Este movimento é reforçado pela estratégia da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em promover o comércio na região de maneira menos dependente do dólar.

Além disso, com a presidência do Brasil no BRICS programada para 2025, novas oportunidades podem surgir na governança global, promovendo temas como desigualdade e mudanças climáticas. Há, entretanto, uma preocupação sobre a redução da influência brasileira no bloco frente à nova expansão. No entanto, alguns especialistas acreditam que o Brasil pode projetar sua liderança, aproveitando a nova configuração para intensificar sua atuação no cenário internacional, principalmente em um ambiente global em transformação.

Neste contexto, a crescente unidade entre os países do Sul Global se torna vital, especialmente diante de uma expectativa de um governo americano mais agressivo sob a liderança de Donald Trump. A administração Trump, ao prometer sanções a países que se afastem do dólar, pode reforçar a união do BRICS, levando os países a buscariam formas autônomas de cooperação e desenvolvimento. Portanto, enquanto os BRICS se expandem, observa-se um movimento claro em direção a um mundo multipolar e um sistema econômico mais diversificado.

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