Mas como exatamente funciona esse sistema? Os créditos de carbono são uma forma de compensar as emissões de dióxido de carbono. Basicamente, cada crédito representa uma tonelada de CO2 que não foi emitida na atmosfera. Empresas ou governos que não conseguem cumprir com suas metas de redução de emissões podem adquirir esses créditos de iniciativas que, de fato, conseguem reduzir a poluição. Um exemplo prático é o Porto de Weifang, na China, que recentemente se tornou o primeiro porto do país a atingir a marca de zero carbono, incrementando o uso de energia limpa e compensando o restante através da compra de créditos.
Entre os membros do BRICS, o Brasil se destaca como um dos países com maior potencial para a exploração deste mercado, especialmente em conjunto com a Rússia, segundo especialistas. O Brasil, que enfrenta desafios significativos relacionados ao desmatamento e à agricultura, poderia posicionar-se favoravelmente ao limitar a derrubada de florestas e promover atividades de reflorestamento.
Entretanto, as estatísticas sobre emissões de gases de efeito estufa revelam um panorama alarmante. Dados de 2022 apontam a China como o maior emissor, seguida pelos Estados Unidos, Índia, União Europeia e Brasil. Quando se analisa as emissões per capita, no entanto, o cenário é diferente, com a Arábia Saudita liderando o ranking.
A recente expansão do grupo BRICS, que agora inclui novos membros como Etiópia, Egito e Arábia Saudita, destaca a influência crescente do bloco nas discussões globais sobre clima e mercado de carbono. Em sua última cúpula, as nações do BRICS enfatizaram a necessidade de implementar as metas do Acordo de Paris, reforçando seu compromisso em enfrentar a crise climática coletivamente.
Especialistas afirmam que, com suas ricas florestas e vastos recursos, esses países têm a capacidade de liderar iniciativas que não apenas ajudem a reduzir as emissões, mas também contribuam para um desenvolvimento econômico sustentável. A habilidade de articular ações através de diversas plataformas internacionais, como G20 e outros fóruns, poderá estimular ainda mais essa coordenação, posicionando o BRICS como um protagonista nas batalhas contra as mudanças climáticas. O Brasil, em particular, mostra-se com um papel central, dado seu potencial para liderar transformações em sua matriz energética e promover práticas que favoreçam a neutralidade de carbono.