BRICS busca criar sistema paralelo ao dólar, enquanto Trump ameaça tarifar países desdolarizados: disputa financeira global se intensifica.



Nesta quarta-feira (4), o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, fez declarações que repercutiram no cenário internacional. Ryabkov afirmou que o BRICS está buscando estabelecer um sistema paralelo ao dólar, que coexistirá com a atual ordem financeira ocidental. Essa afirmação surge em um momento em que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifas de até 100% aos países que se afastarem da moeda norte-americana.

Ryabkov, que representa a Rússia no BRICS, mencionou em entrevista à CNN norte-americana que o objetivo do grupo é desenvolver um sistema que atenda às necessidades dos operadores econômicos, caminhando em paralelo com os sistemas já estabelecidos. Ele destacou a visão de uma ordem mundial multipolar e “polifônica”, na qual diferentes sistemas econômicos operarão em conjunto.

As declarações de Ryabkov foram em resposta às ameaças de Trump, que recentemente insistiu que os países do BRICS não se afastem do dólar. O presidente norte-americano afirmou que países que promovem a desdolarização enfrentarão tarifas pesadas e perderão espaço na economia dos EUA.

Além disso, o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, ressaltou que a tendência global de comercialização em moedas locais só será acelerada por medidas hostis dos Estados Unidos. Peskov alertou que a imposição do dólar de forma agressiva pode consolidar ainda mais a transição para moedas nacionais.

Especialistas apontam que a economia norte-americana pode ser impactada negativamente pela imposição de tarifas, especialmente em relação a grandes parceiros comerciais como China, Rússia, Índia e Brasil.

Essas tensões no cenário econômico mundial reforçam a importância das discussões sobre desdolarização e a busca por alternativas financeiras dentro do BRICS. A presidência brasileira do grupo em 2025 pode enfrentar desafios e ter que lidar com a pressão dos Estados Unidos enquanto mantém a agenda de desdolarização e busca por uma governança mais inclusiva e sustentável no Sul Global.

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