Nessa ocasião, 13 países foram convidados para se tornarem parceiros do BRICS, sendo que nove já concluíram o processo de adesão e se tornaram oficialmente membros em 1º de janeiro deste ano. Dentre esses países, encontram-se Belarus, Bolívia, Indonésia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia e Uzbequistão.
Para especialistas, como Cassio Zen, doutor em direito internacional pela USP, a expansão do BRICS para incluir países que possuem rivalidades entre si é histórica e significativa para o panorama mundial atual. Essa união de potências regionais em meio a suas diferenças é um passo importante para fortalecer a parceria.
Com a presidência brasileira do BRICS assumindo o comando, o país tem a oportunidade de pautar a agenda do grupo com temas que considere relevantes. Lia Valss, professora da UERJ, ressalta a importância de o BRICS se posicionar como um organismo independente de hegemonias, buscando a neutralidade em um possível cenário de nova ordem bipolar.
Um dos principais projetos em destaque no BRICS é a desdolarização do comércio internacional, uma proposta que visa garantir alternativas para as trocas entre os países do grupo, protegendo suas economias de possíveis instabilidades do dólar. Esse movimento é apontado como uma iniciativa rica e necessária para proporcionar previsibilidade aos negócios e minimizar os impactos das flutuações cambiais.
A pesquisa do Cebri aponta para a possibilidade de desenvolvimento de moedas locais e digitais, além de títulos emitidos em moedas locais aceitáveis por outros países. Esse avanço rumo à diversificação das transações comerciais é visto como uma tendência positiva e uma aposta para fortalecer a economia mundial.
Dessa forma, o BRICS se destaca não apenas como um grupo anti-hegemônico, mas como um polo de cooperação e inovação, promovendo a diversificação e a estabilidade das relações comerciais num cenário global em constante transformação. É essencial acompanhar de perto os desdobramentos dessas iniciativas para compreender o impacto que terão na economia e nas relações internacionais nos próximos anos.