Brasileiros se viciam em sites de apostas e economia do país é afetada, alertam especialistas e autoridades económicas



Um brasileiro comum, identificado como Cláudio, compartilhou um depoimento preocupante ao jornal Folha de S. Paulo. Aos 30 e poucos anos, ele foi diagnosticado com câncer e, após se viciar em sites de apostas, viu sua vida ser impactada drasticamente. O que começou como um passatempo inofensivo se transformou em um vício avassalador, resultando em perdas financeiras significativas.

Com um prejuízo acumulado de R$ 200 mil, equivalente a cerca de US$ 35 mil, Cláudio enfrentou sérios problemas para pagar suas contas e, inclusive, teve o fornecimento de eletricidade de sua casa cortado devido à falta de recursos. Esse relato individual reflete um cenário mais amplo de vício em jogos online que tem preocupado economistas e profissionais da saúde.

A ausência de uma regulamentação adequada contribui para a expansão desse fenômeno, com potenciais consequências para a economia do país. Alarmes são levantados em relação à redução do consumo, especialmente entre a população de baixa renda, e a Associação Brasileira de Bancos expressou preocupações com o endividamento decorrente das apostas online.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, manifestou sua inquietação com o aumento das apostas, alertando para o impacto potencial no pagamento de empréstimos. A relação entre esse fenômeno e a população de baixa renda se mostra preocupante, visto que já há indícios de possíveis aumentos nos índices de inadimplência.

O Brasil atualmente lidera as visitas a sites de jogos de azar, com uma participação de 15% do total global em 2024, conforme dados da provedora de análises SimilarWeb. Esse crescimento exponencial das apostas online no país suscita debates sobre a necessidade de regulamentação e controle mais eficazes.

Além disso, as apostas online, conhecidas popularmente como “bets”, têm se beneficiado da paixão nacional pelo futebol para aumentar seus lucros. Diversos times contam com o patrocínio de casas de apostas e até mesmo lançaram suas próprias plataformas em parceria com essas empresas. O Banco Central revelou recentemente que cerca de 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família utilizaram R$ 10,5 bilhões do benefício para pagamentos de apostas via Pix até agosto, evidenciando o impacto social provocado pelo vício em jogos online no Brasil.

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