César relata que ele e outros 110 deportados passaram mais de 24 horas acorrentados e algemados, sem comida e sem água, até chegarem em Fortaleza. Lá, foram recebidos pelas autoridades brasileiras como repatriados, de acordo com a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo. A ministra ressaltou que, ao menos, mulheres e crianças não foram algemadas durante o voo, considerando isso um avanço nas negociações.
Ao desembarcarem, os deportados receberam lanche e kit de higiene pessoal, sendo recepcionados com uma comida típica de Minas Gerais, como forma de acolhimento. Dinorá Carla, vice-presidente do Serviço Social Autônomo de MG, expressou o carinho por meio desses alimentos tradicionais.
Um dos brasileiros deportados, o mecânico Maicon Moura Santos, natural de Rondônia, buscou uma vida melhor nos Estados Unidos devido às circunstâncias financeiras após o nascimento prematuro de seus trigêmeos. Ele relata a realidade de muitos brasileiros que saem do país em busca de oportunidades de trabalho mais rentáveis. Apesar dos desafios enfrentados nos EUA, Maicon está aliviado por retornar ao Brasil e ansioso para reencontrar sua família. Sua estadia, assim como a de outros deportados que não são de Belo Horizonte, será em um hotel na região de Venda Nova (MG), custeada pelo governo de Minas e pelo Sesc-MG.
Diante de toda a emoção e desafios enfrentados, os brasileiros deportados buscam agora reconstruir suas vidas e superar as dificuldades vividas nos Estados Unidos, com a esperança de um recomeço em solo pátrio.