Nos três primeiros dias de abertura da fronteira, cidadãos de 25 países, em sua maioria americanos, foram autorizados a entrar no Egito. Somente nesta sexta-feira, dos 571 estrangeiros autorizados, 367 são americanos e 127 britânicos. Estados Unidos e Reino Unido são importantes aliados de Israel na guerra contra o Hamas e têm sido privilegiados nas autorizações de entrada. Essa preferência tem deixado pouco espaço para outros países, como o Brasil, que tem um grupo pequeno aguardando nas cidades de Rafah e Khan Younes.
Até agora, foram liberados cidadãos de diversos países, como Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão, República Checa, Azerbaijão, Barhein, Bélgica, Coréia do Sul, Croácia, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Macedônia, México, Suíça, Sri Lanka, Tchade e Alemanha. No entanto, o Brasil ainda não conseguiu entrar na lista, e as fontes do governo e diplomáticas não têm uma resposta para explicar essa exclusão.
Alguns especulam que a retaliação ao governo brasileiro por suas posições no Conselho de Segurança da ONU pode estar por trás dessa situação. No entanto, outras fontes descartam essa possibilidade e apontam para o bom relacionamento entre a Indonésia e o Egito como um fator que poderia explicar a autorização a cidadãos indonésios, mesmo considerando que a Indonésia não reconhece o Estado de Israel.
Enquanto os Estados Unidos e outros países aliados de Israel demonstram confiança nas negociações com Israel e Egito para garantir a volta de seus cidadãos, o presidente brasileiro adotou um tom mais duro com o governo de Netanyahu. Durante a guerra, Lula criticou a ofensiva de Israel em Gaza, denunciando a morte de milhões de inocentes e classificando os bombardeios como um “ato de loucura”. No entanto, diferentemente de outros países, o Brasil não convocou seu embaixador em Israel e não rompeu relações com o país.
O governo brasileiro continua em busca de uma resposta positiva por parte do Egito nos próximos dias. Até o momento, as razões para a exclusão do Brasil da lista de autorizações de entrada não estão claras, e o governo brasileiro espera que seus esforços nas negociações deem resultado.