Brasil veta Venezuela e Nicarágua no Brics: regime chavista chama decisão de “agressão” e “gesto hostil” em cúpula internacional.



Em uma cúpula do Brics marcada por tensões políticas e diplomáticas, o veto do Brasil à entrada da Venezuela no grupo foi classificado pelo regime chavista como um “gesto hostil” e uma “agressão”. O embate entre os governos de Nicolás Maduro e Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se evidente durante o encontro em Kazan, na Rússia.

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela emitiu um comunicado lamentando a decisão brasileira e acusando o país de manter um veto injustificado e imoral contra a Venezuela. O regime de Maduro buscava há meses se tornar membro ativo do Brics, contando com o apoio de outros países participantes. No entanto, o veto brasileiro, sustentado pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, permaneceu vigente, frustrando os esforços venezuelanos.

Durante a cúpula, o presidente russo, Vladimir Putin, manifestou apoio a Maduro e tentou abrir as portas do Brics também para a Nicarágua, porém a rejeição de Lula aos ditadores Ortega e Maduro prevaleceu. A adesão da Venezuela ao grupo está condicionada ao consenso dos membros, sendo o Brasil um dos principais atores nesse processo.

As relações entre Brasil e Venezuela foram retomadas em 2023, após uma ruptura diplomática causada pelo reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino por parte de Bolsonaro. No entanto, as tensões entre Lula e Maduro aumentaram após as eleições presidenciais venezuelanas, com o petista questionando a legitimidade do processo eleitoral.

Além disso, acusações infundadas foram feitas pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, envolvendo Lula e o presidente chileno, Gabriel Boric, em supostas ações da CIA. Já as relações com a Nicarágua atingiram um ponto crítico após a expulsão mútua de embaixadores, evidenciando a deterioração dos laços bilaterais.

Diante desse cenário de confrontos e desentendimentos, a entrada da Venezuela no Brics permanece incerta, dependendo do alinhamento político e diplomático entre os países membros do grupo. A tensão entre Brasil, Venezuela, e Nicarágua demostra a complexidade das relações internacionais e a dificuldade em alcançar consensos em meio a interesses divergentes.

Por isso, o futuro da Venezuela no Brics continua incerto, enquanto os embates políticos entre os governos de Lula e Maduro persistem, criando obstáculos no caminho da integração econômica e política no cenário global.

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