Em entrevista, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, destacou que a saída dos EUA traz à tona a necessidade de uma nova dinâmica nas discussões sobre financiamento climático, um tópico que ainda não encontrou soluções eficazes nos fóruns anteriores. Segundo Corrêa do Lago, mesmo com os desafios impostos pela ausência dos americanos, a China emerge como um “parceiro absolutamente natural” para o Brasil, além de países como a Índia, que estão buscando alternativas semelhantes às do Brasil, incluindo biocombustíveis.
Durante a última conferência, realizada em Baku, no Azerbaijão, a comunidade internacional debateu a meta ambiciosa de US$ 1,3 trilhão para financiamento climático, mas falhou em definir um caminho claro para alcançar esse objetivo. O embaixador enfatizou que os compromissos financeiros não podem recair apenas sobre os ombros dos países mais ricos, apontando a necessidade de uma abordagem mais ampla e inclusiva.
Para garantir um ambiente de discussões produtivas na COP30, o Brasil se mobiliza para trabalhar em conjunto com diversas instâncias governamentais, incluindo os ministérios do Meio Ambiente, de Minas e Energia, e da Fazenda, além do Banco Central. Esse esforço visa criar um apoio sólido entre os participantes da conferência, podendo contribuir significativamente para a construção de soluções sustentáveis a longo prazo.
O cenário traz uma expectativa de dificuldades, especialmente com questões como o aumento das queimadas e do crime organizado na Amazônia, que podem interferir na realização do evento. Apesar dos desafios, a COP30 apresenta uma oportunidade crucial para que o Brasil assuma um papel de destaque nas discussões globais sobre mudanças climáticas, buscando estabelecer parcerias que transcendam a saída dos EUA do Acordo de Paris e promovam um futuro mais sustentável.