Segundo um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), o consumo global de energia somente em centros de processamento de dados alcançou 460 terawatts-hora (TWh), o que deve mais que dobrar até 2026, impulsionado primariamente pelo uso crescente de IA generativa e pela expansão dos data centers. Com isso, a preocupação com o consumo excessivo de energia se intensifica, levantando a questão da necessidade de fontes renováveis como motor para essa revolução tecnológica.
Steibel observa que a aplicação da IA não deve se restringir apenas aos setores que consomem grande quantidade de energia. Ele exemplifica como a tecnologia pode ajudar na gestão de resíduos, utilizando imagens de satélite para identificar lixões e monitorar a emissão de metano, um gás prejudicial ao meio ambiente. Esse tipo de análise facilita a implementação de políticas públicas para mitigar problemas urbanos relacionados ao lixo.
Além disso, a IA pode otimizar a logística nas cadeias de suprimento, reduzindo o consumo de carbono através de um gerenciamento mais eficiente dos transportes. Essa capacidade de aprimorar processos é particularmente relevante em um contexto onde a matriz energética brasileira é predominantemente renovável. Ao atrair data centers que operam com baixo impacto ambiental, o Brasil pode se posicionar como um exemplo de responsabilidade climática e inovação tecnológica.
No âmbito da COP30, o Brasil pode apresentar iniciativas já em andamento, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), e o MapBiomas, que emprega IA para a produção de mapas de uso da terra. Ambos os projetos têm potencial significativo para contribuir na redução de emissões, reforçando o papel da tecnologia na economia verde. Em suma, a união entre inovação tecnológica e sustentabilidade pode posicionar o Brasil como um líder na luta contra as mudanças climáticas, utilizando a inteligência artificial como uma ferramenta estratégica para garantir um futuro mais sustentável.