Brasil tem 95 milhões de hectares em espera de ações de restauração ambiental e pagamento por serviços: estudo da UFMG.



Brasil tem 95 milhões de hectares à espera de ações de restauração e pagamentos por serviços ambientais. Essa é a conclusão do 3º Panorama do Código Florestal, realizado pelo Centro de Sensoriamento Remoto da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Segundo o estudo, o país possui 74 milhões de hectares de vegetação nativa em propriedades rurais que excedem as exigências previstas no Código Florestal e que poderiam receber pagamentos por serviços ambientais. Em contrapartida, há 21 milhões de hectares desmatados que precisam ser restaurados ou compensados para cumprir as exigências legais. Somando essas áreas, chega-se a um total de 95 milhões de hectares aguardando ações de restauração.

O pesquisador associado do Centro de Sensoriamento Remoto da UFMG, Felipe Nunes, explicou que a revisão do Código Florestal em 2012 definiu as regras para a proteção da vegetação nativa brasileira, estabelecendo as áreas mínimas que devem ser protegidas em cada tipo de propriedade rural. Ele ressaltou que os proprietários que possuem percentual acima do exigido pela lei podem emitir cotas de reserva ambiental para receber pagamentos por serviços ambientais.

Nunes também alertou para as fraudes e desmatamentos após 2008, apontando que 26% do desmatamento em imóveis rurais ocorreu em Áreas de Preservação Permanente ou em propriedades com reserva legal abaixo do mínimo estabelecido. Ele destacou a necessidade de aprimorar o Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural para evitar irregularidades.

O pesquisador enfatizou que melhorias no cadastro e no monitoramento podem contribuir para o desenvolvimento econômico do país, destacando a importância do ativo florestal brasileiro para uma potência agroambiental. Ele ressaltou a possibilidade de liderar uma nova agenda mundial de pagamento por serviços ambientais e sustentabilidade agrícola, além de implementar um dos maiores programas de restauração florestal em larga escala do mundo.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo