Brasil registra recorde de pedidos de refúgio em 2024, com destaque para crianças e adolescentes na nova onda migratória.



Em 2024, o Brasil alcançou um marco significativo ao registrar 68.159 novas solicitações de refúgio, conforme relatado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Este número representa um aumento de 16,3% em comparação ao ano anterior, demonstrando uma tendência crescente de pessoas buscando proteção no país. Desde 2015, mais de 454 mil indivíduos de 175 nacionalidades vieram ao Brasil em busca de refúgio, evidenciando a relevância do país como destino para aqueles forçados a deixar suas pátrias.

Entre os solicitantes, destaca-se que 39,8% das petições vieram da Venezuela, somando 27.150 pedidos. Além dela, Cuba e Angola também foram responsáveis por uma quantidade significativa, com 22.288 e 3.421 solicitações, respectivamente. Mais de 59% dos solicitantes de refúgio são homens, enquanto aproximadamente 40% são mulheres, das quais 24,3% têm menos de 15 anos. Esses dados revelam a preocupação com a vulnerabilidade de crianças e adolescentes no contexto das migrações forçadas.

O Comitê Nacional para Refugiados (Conare) reconheceu 13.632 pessoas como refugiadas em 2024. A maioria dos casos, cerca de 93,1%, originou-se da Venezuela, seguida por requerentes do Afeganistão, Colômbia e Síria. Além das solicitações de refúgio, o governo brasileiro também aprovou 33.724 processos de reunião familiar durante o mesmo período, refletindo um esforço para reestabelecer laços familiares entre aqueles que buscam segurança no Brasil.

Os dados foram apresentados durante um seminário em comemoração ao Dia Mundial do Refugiado e à Semana Nacional sobre Migrações, Refúgio e Apatridia. Davide Torzilli, representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) no Brasil, ressaltou que o país se destaca positivamente na implementação de políticas migratórias. Ele mencionou a Operação Acolhida, que já auxiliou cerca de 150 mil venezuelanos a se integrarem na sociedade brasileira.

Esses números também fazem parte de um contexto global, onde mais de 122 milhões de pessoas vivem fora de seus países de origem em circunstâncias forçadas, um recorde que se mantém pelo décimo ano consecutivo. Na América Latina, aproximadamente 21,9 milhões de refugiados estavam registrados em 2024, representando 17,6% do total mundial. A insegurança e a violência, especialmente em nações como Haiti e Colômbia, continuam a ser as principais causas do deslocamento forçado.

O aumento das solicitações de refúgio no Brasil e as condições que geram migrações forçadas ressaltam a necessidade de ações coordenadas para atender às demandas crescentes e proteger os direitos dos refugiados, especialmente os mais vulneráveis.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo