Brasil pode sofrer retração de R$ 110 bilhões no PIB e perder 146 mil empregos devido a tarifaço dos EUA, afirma estudo da Fiemg.

A recente imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras, que entrou em vigor na última quarta-feira (6), levanta sérias preocupações em relação à economia do Brasil. Um estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) aponta que essa medida pode resultar em uma diminuição de até R$ 110 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro a longo prazo. No curto prazo, a perda estimada é significativa, alcançando R$ 25,8 bilhões, refletindo um impacto direto tanto na renda das famílias quanto no mercado de trabalho.

Segundo as análises, as famílias brasileiras poderão ver uma queda em sua renda da ordem de R$ 2,74 bilhões nos próximos dois anos. Além disso, essa retratação pode resultar na eliminação de aproximadamente 146 mil postos de trabalho, abrangendo tanto empregos formais quanto informais. Embora 694 produtos tenham sido isentados dessas novas tarifas — representando cerca de 45% do valor total das exportações para os EUA — os efeitos negativos sobre a economia nacional permanecem preocupantes e amplos.

Os setores industriais mais vulneráveis a essas mudanças incluem a siderurgia, a produção de madeira, o setor de calçados e a indústria de máquinas mecânicas. Na agropecuária, a cadeia produtiva da carne bovina se destaca como a mais prejudicada. Apesar de sua importância nas exportações brasileiras, esse segmento não foi incluído na lista de isenções tarifárias.

Em termos de números, as exportações brasileiras para os Estados Unidos, que totalizaram US$ 40,4 bilhões em 2024, corresponderam a cerca de 1,8% do PIB do país. Aproximadamente 55% desse montante, ou seja, US$ 22 bilhões, ainda estão sujeitos às novas tarifas. Produtos críticos como café, carne bovina e semimanufaturados de ferro e aço estão entre os itens mais afetados pelas novas políticas tarifárias.

Esses dados revelam um cenário desafiador para a economia brasileira, que já enfrenta diversas dificuldades. A necessidade de uma resposta estratégica por parte do governo e dos setores afetados é mais urgente do que nunca, considerando os potenciais riscos à geração de emprego e à estabilidade econômica do país.

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