Em meio a este cenário, o Brasil surge como um dos poucos países que parecem ter a chance de se beneficiar das novas tarifas. Com uma alíquota de apenas 10% aplicada aos seus produtos, o Brasil pode se aproveitar das tarifas retaliatórias da China que incidem sobre as exportações agrícolas dos EUA. Dessa forma, os exportadores brasileiros podem captar uma demanda crescente por seus produtos, à medida que os agricultores americanos tornam-se menos competitivos no mercado chinês.
A situação também impulsiona esperanças de que as negociações comerciais entre o Mercosul e a União Europeia sejam reativadas, tendo o Brasil como protagonista, dado que é o maior exportador do bloco. A possibilidade de reanimação dessas tratativas pode gerar oportunidades significativas não apenas para os exportadores, mas também para a economia local como um todo.
Além do Brasil, outros países como a Turquia e a Índia também estão se ajustando a essa nova realidade. Apesar das tarifas mais altas enfrentadas por alguns deles, como a Índia, que terá 26%, ainda há setores que vêem a possibilidade de crescimento, como têxteis e calçados. A diversificação das cadeias de produção e a busca por novos mercados estão no radar dessas nações desejosas de minimizar os impactos negativos.
Entretanto, é importante destacar que os economistas alertam que, em uma guerra comercial, não existem vencedores absolutos. A interdependência resultante do comércio global implica que os custos das tarifas podem reverberar em todas as direções. Assim, enquanto algumas nações podem encontrar caminhos para mitigar os impactos adversos, a sombra da recessão econômica global permanece como um risco constante.