O ministro Alexandre Silveira explicou que essa entrada não criará obrigações vinculativas para o Brasil, mas permitirá que o país participe ativamente das discussões sobre políticas globais no setor. Esta decisão também inclui a adesão à Agência Internacional de Energia (IEA) e à Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA), reforçando o compromisso do Brasil com o diálogo e a cooperação internacional.
Silveira enfatizou que não há razão para que o Brasil não se orgulhe de sua produção de petróleo, considerando o potencial do setor para impulsionar o crescimento econômico e gerar empregos. Atualmente, o Brasil é o sétimo maior produtor de petróleo do mundo, com um volume médio de 4,3 milhões de barris extraídos por dia, o que representa cerca de 4% da produção global. Além disso, o petróleo é um componente crucial das exportações brasileiras, superando até a soja, com uma participação de 13,3% no total.
A decisão de entrar na Opep+ gerou debate público, especialmente em relação ao timing. A mídia brasileira especulou previamente que a adesão poderia ser adiada para 2025, em virtude da realização da COP30 em Belém, um evento crucial para as discussões sobre mudanças climáticas que atrai a atenção internacional.
Em um contexto relacionado, o governo também demonstrou preocupação com a futura produção de petróleo, uma vez que estudos da Petrobras indicam que a produção no pré-sal poderá começar a declinar a partir de 2030, com esgotamento total das reservas previsto para 2050. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita à região Norte, manifestou a importância de explorar a Margem Equatorial, que se localiza a aproximadamente 500 km da foz do Amazonas, e pediu agilidade na liberação das atividades de pesquisa pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Lula destacou a necessidade de equilibrar a exploração de recursos naturais com a responsabilidade ambiental, afirmando que é vital pesquisar e entender o potencial petrolífero da Margem Equatorial, especialmente em um momento em que outros países vizinhos já estão se beneficiando de suas reservas. Assim, o Brasil se posiciona não apenas como um grande produtor de petróleo, mas também como um participante ativo em discussões globais sobre energia e sustentabilidade.