Diante desse panorama, surge a pergunta sobre o papel do Brasil nesse novo cenário. O país, apesar de apresentarem versões tímidas de iniciativas espaciais, se vê diante de limitações significativas, tanto em termos de parcerias estratégicas quanto de um investimento robusto e contínuo. Em recente passo positivo, a Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou o lançamento da Operação Spaceward 2025, que promete ser o primeiro envio de um foguete comercial brasileiro, utilizando tecnologia de uma startup sul-coreana, com produção local de dados climáticos prevista.
Além disso, o Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, é um ativo estratégico a ser aprimorado. Entretanto, a percepção entre especialistas é de que o Brasil ainda não conseguiu transformar seu potencial em ações concretas. Durante diversos comentários de acadêmicos como Annibal Hetem da Universidade Federal do ABC e Marcos José Barbieri Ferreira da Unicamp, ambos destacam a falta de uma política espacial clara, que garanta investimento consistente e metas de longo prazo.
De acordo com os especialistas, a capacidade financeira e tecnológica do país é uma barreira que precisa ser ultrapassada. As parcerias existentes muitas vezes são consideradas simbólicas e não estruturais. Com um histórico forte na indústria aeronáutica, o Brasil ainda carece de uma integração mais forte entre governo, universidades e o setor privado, que poderia acelerar inovações e reduzir custos da exploração espacial.
Além disso, a fuga de talentos representa um desafio constante, uma vez que profissionais qualificados frequentemente buscam melhores oportunidades internacionais, perdendo assim a chance de desenvolver tecnologias no Brasil.
Diante dessa nova corrida espacial, que muitos definem como uma “nova guerra fria”, o país deve reavaliar sua posição e agir rapidamente para não ficar à margem deste cenário em constante evolução.









