Os pesquisadores têm insistido na necessidade de uma análise profunda dos impactos do tabagismo na saúde nacional. O estudo leva em conta uma série de doenças associadas ao fumo, incluindo infecções pulmonares, acidentes vasculares cerebrais e diferentes tipos de câncer, concluindo que o Brasil enfrenta uma série de dificuldades para implementar uma Política Nacional de Controle do Tabaco eficaz, especialmente em meio à pressão da indústria.
A epidemia do tabagismo no Brasil resulta em cerca de 174 mil mortes anuais e gera um custo estimado em R$ 153,5 bilhões. Parte desses gastos é associada à influência da indústria tabagista na liberação de produtos alternativos, como os vapes, que embora sejam proibidos desde 2009, são facilmente encontrados nas prateleiras das lojas. O uso de dispositivos como narguilés também tem visto um crescimento exponencial, com um aumento de 700% nas vendas entre 2014 e 2020.
O país possui uma meta ambiciosa: reduzir em até 40% a prevalência do tabagismo até 2030, alinhando-se às diretrizes da Organização Mundial da Saúde. Em 2019, cerca de 20 milhões de brasileiros eram fumantes. Dados do sistema Vigitel, instituído pelo Ministério da Saúde, mostram uma redução constante no número de fumantes de 2006 a 2018, embora as taxas tenham permanecido estagnadas desde então.
Em termos demográficos, os homens apresentam uma taxa de fumantes de 11,7%, contra 7,2% das mulheres. O maior índice de tabagismo é observado na faixa etária de 35 a 44 anos. A escolaridade também desempenha um papel importante, com 12,2% dos indivíduos menos escolarizados (até 8 anos de estudo) se considerando fumantes, ao passo que apenas 7,4% daqueles com 12 anos ou mais de educação fazem o mesmo.
Esse cenário evidencia não apenas os desafios econômicos e de saúde pública que o Brasil enfrenta, mas também a urgência de promover políticas mais efetivas para combater o tabagismo e salvaguardar a saúde da população.









