Segundo o comunicado, o governo brasileiro tem acompanhado com apreensão os confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes em Moçambique, especialmente após a divulgação dos resultados eleitorais. A situação tornou-se ainda mais tensa após o anúncio da vitória do partido Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) nas eleições de outubro passado.
Apesar de a Frelimo estar no poder desde 1975 e ter sido declarada vencedora das eleições, o candidato presidencial Venâncio Mondlane, que ficou em segundo lugar atrás do candidato Daniel Chapo, alega que houve fraude no processo eleitoral. A Comissão Nacional de Eleições de Moçambique revelou que o candidato da Frelimo obteve mais de 50% dos votos, enquanto Mondlane, apoiado pelo partido Podemos, conquistou pouco mais de 20%.
A onda de protestos violentos que eclodiu em Moçambique após a divulgação dos resultados eleitorais tem resultado em mortes, feridos e na destruição de bens públicos e privados. O Itamaraty, em sua nota, fez um apelo para que tanto as autoridades moçambicanas quanto os opositores à administração atual busquem a contenção nas ações, evitando o uso excessivo da força e garantindo que as manifestações aconteçam de forma pacífica e respeitando o direito à livre expressão.
O Brasil enfatiza a importância de tais elementos para a consolidação da democracia em Moçambique e segue acompanhando de perto os desdobramentos da crise no país africano.