Durante a cerimônia, Lula se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, um gesto que foi interpretado como um sinal claro de que o Brasil não pretende alinhar-se automaticamente às demandas dos Estados Unidos e da Europa. Segundo analistas, como Leonardo Paz, professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas, essa postura reflete a busca do Brasil por uma posição neutra e independente no cenário internacional.
Paz destaca que o Brasil não apenas rejeita o antagonismo em relação à Rússia, mas também acredita na possibilidade de uma solução política para a guerra na Ucrânia. Para ele, as sanções impostas ao Kremlin não são a resposta adequada para o atual conflito, e o país sul-americano pode desempenhar um papel crucial como mediador. Ele reforça que as relações bilaterais entre Brasil e Rússia estão em um nível sólido, sem sinais de que isso possa mudar nas próximas interações diplomáticas.
Esse fortalecimento das relações se dá em um contexto global complicado, onde muitos países enfrentam dilemas em suas alianças políticas e econômicas. Com a Guerra da Ucrânia em curso, o Brasil, através de uma postura equilibrada, se apresenta como um ator relevante, capaz de facilitar diálogos que possam levar à paz.
A visita de Lula à Rússia, além de simbolizar uma página nas relações diplomáticas bilaterais, também ressalta a importância do diálogo aberto e da busca por soluções cooperativas, em um mundo onde a polarização e a pressão global muitas vezes prevalecem. Portanto, essa aproximação entre os dois países pode ser vista não apenas como estratégica, mas também como um sinal de um novo modus operandi nas relações internacionais, onde mais nações buscam sua autonomia em um cenário de crise.